terça-feira, 2 de novembro de 2010

Artes Plásticas: BLU

Outrora marginalizado, hoje o Grafite é considerado como uma das maiores artes urbanas. Sendo explorado por vanguardas artísticas na Europa e incorporado pelo Hip Hop como um dos cinco pilares culturais do movimento, atualmente ele não pode ser esquecido como um dos maiores veículos de produção nas artes plásticas. Mas o Grafite é mais antigo que isso. Esse tipo de arte, apesar de ter se tornado muito conhecida recentemente aqui pelo Brasil, é fruto do movimento contracultural da década de 60, e tem se desenvolvido principalmente pela Europa durante esses anos, e tendo como marcos as intervenções no Muro de Berlim, nos prédios antigos de Manhattan e prédios na Lapa, aqui no Brasil.

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Um dos grandes expoentes atuais do Grafite intervencional é o BLU, de Berlim, Alemanha. Sua marca é usar uma grande quantidade de pequenos indivíduos para criar pedaços do corpo humano ou um corpo humano inteiro. Ele costuma usar a máxima da intervenção urbana, na qual ele procura lugares em que as pessoas costumam passar sem perceber (geralmente paredes de prédios antigos no subúrbio) e tenta modificá-los com elementos surreais.

Pra quem curte Grafite Artístico, deixo o site dele e mais uma imagem:

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ATUALIZADO:

O Renato (@holokinesis), depois de ver essa postagem, me enviou um vídeo animado pelo BLU, e que também traz todas as premissas artísticas dele que é interessantíssimo e eu recomendo também.

Como eu não consigo colocar o embed do Vimeo aqui, fica o link.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Música: Esperanza Spalding – Chamber Music Society

O Jazz é um estilo um tanto estigmatizado. Quase todos têm um formato específico na cabeça quando ouvem sobre ele, seja o Smooth tocado nos bares enquanto você janta, ou o Bebop violento que toca enquanto todos estão fumando e bebendo whisky. Nesse cenário surge Esperanza Spalding, que vem quebrando paradigmas antigos em relação a esses pré-conceitos sobre um dos estilos musicais mais diversificados e ricos que existem no mundo.

Esperanza Spalding é uma vocalista e contrabaixista de Jazz de apenas 26 anos, mas já tem o respeito de muitos jazzistas antigos. Já tendo tocado com inúmeros expoentes, como Pat Metheny, Joe Lovano e Michel Camilo, começou a lançar álbuns com composições e arranjos próprios em 2006, lançando o CD “Junjo” e também lançou o “Esperanza” em 2008, que foi muito bem de vendas e a consolidou como artista internacional.

COVER

Em agosto desse ano, ela lançou um novo álbum, chamado “Chamber Music Society”. Enquanto o álbum “Junjo” foi um álbum com um pouco mais de contemporaneidade, vocalizes fazendo melodias principais, composições sensacionais, e o “Esperanza” foi um álbum mais pop, tendo mais músicas não só instrumentais e linhas de baixo dançantes, o disco novo é surpreendentemente diferente dos antecessores.

O nome do CD se refere ao grupo de cordas que a acompanha, o que acaba dando um deixando as composições mais interessantes. Os arranjos de Gil Goldstein se fundem com as harmonias de um jeito que faz a música fluir intensamente, deixando a experiência de ouvir o álbum mais única. As arquejadas com influências de música contemporânea, somadas às dissonâncias e modalismos do Jazz casaram perfeitamente, gerando um trabalho interessantíssimo e impecável como sempre de Esperanza Spalding.

Pontos Altos do álbum:

  • Little Fly
  • Chacacera
  • What a Friend
  • Inútil Paisagem

 

Se esse álbum não ganhar um Grammy, eu não sei o que pode ganhar!

Música: Norah Jones – The Fall (2010)

Norah Jones já é um nome conhecido pelo grande público e também consolidado no mundo musical. Filha de Ravi Shankar, lendário tocador de cítara, ela resolveu sua carreira fazendo músicas num estilo diferente do seu pai, largando a música indiana e abraçando a música temperada ocidental, criando inúmeros hits populares, sem deixar de lado a qualidade e as suas influências de ritmos não facilmente digeridos no mercado mainstream.

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Seu último álbum (atual, mas não necessariamente recente) não foge à descrição acima. The Fall (2010) é riquíssimo, interessante e gostoso de ouvir. Enquanto seu últimos discos flertaram com o Jazz, o R&B e o Country, Norah Jones decide por se utilizar de uma instumentação menos ortodoxa e arranjos um pouco mais simples, dando um clima bastante intimista ao álbum. Essa atmosfera faz com que o CD seja facilmente digerido como um todo, e não música por música, sendo assim altamente recomendado para ser trilha sonora de qualquer tarefa que exija calma e relaxamento, como a leitura de um livro, ou uma boa conversa.

Pra não dizer que o álbum cai numa mesmice, podemos resslatar algumas faixas mais interessantes, como a primeira faixa do álbum, que também é o single, chamada “Chasing Pirates” ou a ótima “Even Though”. A primeira destaca a possibilidade de produzir uma música completa e cheia sem a necessidade de atingir volumes altos, ou muitos instrumentos, enquanto que a segunda mostra os novos timbres presentes no trabalho de Norah Jones, ressaltando a simplicidade, a musicalidade e o clima latentes no novo disco.

Segue o clipe de “Chasing Pirates”: